Assim foi nosso carnaval. O beijo quente que não te dei, os carinhos que não recebi e a consideração que foi rasgada dia após dia, entre uma e outra tentativa, se transformaram no inferno .
Eu mesma peguei o ônibus, dirigi pelo caminho, transportei passageiros tão loucos quanto eu na traseira.
Todos apaixonados, principalmente eu, lógico, porque meu sobrenome é paixão, porque a paixão era o combustível que me movia, porque a paixão eu produzia de graça e abastecia a longa viagem com ela.
No entanto, cega, ardendo de prazer e dor e me deliciando neste inferno, neste eterno carnaval eu vi os dias passarem e eu, eu mesma me cansar da estagnação.
Devo agradecer a mim mesma? Te dizer muito obrigada? Não. Apenas me afasto com alegria, te olho nos olhos e te respeito.
Não vou mais abastecer este combustível, não prossigo mais a viagem. Será bom pra mim, por certo, a você espero que o seja também.
Espero esbarrar contigo 5 dias, de folia, em 365 , mais do que isso minha coluna dói, minha saúde mental grita, meu colesterol aumenta e eu fico pesada .
Agradeço a mim por ter sido maravilhosa e agradeço a você por ter, com seu espelho refletido isso .
Diabo bobo,
Você não é cruel. É apenas brincalhão.
Dou-lhe um beijo na bochecha e salto do ônibus deixando os passageiros a esmo.
Por certo, outro alguém tomará o volante.
Desejo que façam uma boa viagem!
Com amor e sem paixão,
Wendy Loyola